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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Teclan

As mãos de Teclan suavam.
Ele estava cansado.
O sono da noite anterior insistia em persegui-lo.
Olheiras tornavam seu rosto irreconhecível.
Seu relógio mantia-se imóvel.
Assim como o álcool que teimava em permanecer em seu corpo.
A ressaca já não o incomodava mais.
Tornou-se costumeira, corriqueira.
Sua rotina resumia-se a esperar pelo fim de mais um dia.
O barulho do metrô também não o aborrecia.
Tão pouco seu próprio mal cheiro.
O que o importunava era o sorriso das pessoas.
Os diálogos.
O descompromisso com a verdade.
A verdade que só ele conhecia.
Teclan desceu do trem e rumou para seu ponto preferido da cidade.
Ali, por alguns instantes, ele respirava ar puro e revigorante.
Seus sentidos confundiam-se diante daquele doce perfume que só ele sentia.
Ciara nunca notava a sua presença.
Aqueles poucos segundos, no entanto, o enchiam de esperança.
A porta batia e a realidade voltava a tortura-lo.
Mais 2 horas passavam-se até que Teclan pudesse deitar-se.
Seu dia, naquela terça-feira, havia sido válido

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Versão Fichado

O fotógrafo e amigo Aparício Garcia extraiu nas fotos a seguir o que há de pior em mim.
Nada de sorrisinhos ou gracejos.
O lado negro da força manifestou-se em alta e o bugre Uruguaio que quer ser baiano registrou tudo.
Marinhosnews versão fichado.
Calma pessoas, foi só um ensaio.
Confiram!!!





sábado, 20 de março de 2010

Olhares






Os degraus da escada rolante moviam-se lentamente.
Enquanto seus olhares cruzavam-se pela última vez.
Aqueles incrédulos segundos pareciam eternos.
As lágrimas, que insistiam em marter-se disfarçadas, fatalmente mostraram-se.
Silêncio.
O dia estava cinza novamente.
A melancolia inerente ao inverno local agravava-se.
O perfume costumeiramente presente nas manhãs intermináveis não existia mais.
Mas os dias seguiam.
Sem cor ou trilha sonora, mas seguiam.
Um após o outro.
A lembrança fundia-se com a esperança em busca de consolação.
E as lágrimas uma vez derramadas catalizavam essa procura.
A primavera estava por chegar.
Uma brisa suave sem dúvidas atenuaria o inconformismo.
No entanto, a espera só seria dizimada no verão.
Onde o brilho daqueles olhares se atravessariam novamente.
E a expectativa seria convertida em verdade.
Será breve.
E será infindável.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Arroz é Genético













Arroz é genético.
Tá rebocado, como diria meu amigo Mom du Biu.
Se você nasceu sem o gene da família das gramíneas, esqueça.
Você nunca fará aquele arroz branquinho e soltinho.
É verdade.
E digo por experiência própria.
Depois de 2 anos vivendo sozinho, só sai papa.
Não há arbório ou basmati que resolvam.
Já segui receitas e mais receitas.
E ninguém me tira da cabeça: É genético.
Mas eis que a natureza se mostra mais uma vez fantástica.
Plena em perfeição e equilíbrio.
E a ciência comprova.
Lá pelos quinhentos, numa Itália Maneirista, descobriram.
A ausência do gene das gramínes é compensada pela presença do gene do risotto.
Mamma Mia!
O seguinte é esse:
Se seu arroz só sai empapado, deixe de ladainha e faça um risotto.
Adicione bastante queijo àquela argamassa fumegante.
Creme de leite para aqueles com dotes culinários mais refinados.
Refogue um recheio de seu gosto em cebola, alho e pimentão.
Misture tudo e sirva logo.
Se demorar muito o bicho vai ficar duro que nem pedra.
Vinho pra acompanhar.
Um risotto de Frutos do Mar prometido para aqueles que lerem e cometarem essas mal traçadas linhas.
E jamais se esqueçam, companheiros não-gramíneos, unidos venceremos é a mãe, eu faço é risotto!

domingo, 17 de janeiro de 2010

As Bolsas e o Pebolismo
















   
Desculpem!
Mas não consigo entender a paixão das mulheres pelas bolsas.
E vejam bem, tenho tentado.
Minha digníssima deve ter duas para cada dia do ano.
Sem exageros.
E o pior.
Continua comprando.
Todas totalmente diferentes.
Sem um estilo próprio.
Uma característica em comum.
Algo que as torne especiais.
Nada.
Isso maltrata meus pobres neurônios em busca de compreensão.
Algumas são tão grandes que daria para usá-las numa mudança.
Facinho, facinho.
Outras, tão pequenas que não dá nem pra roubar docinho em festa de 15 anos e esconder lá dentro.
E assim vai.
Tem preta, tem branca, colorida, estampada.
Tem de couro, de pano, de napa.
De frente, de lado, de braço, de mão.
De marca, sem marca.
Tem de tudo meu amigo.
Só tá faltando inventarem bolsa sabor tutti-frutti.
Aí o bicho vai pegar.
Mas como sou um rapaz compreensivo.
Esforço-me ao máximo para fazer bom juízo dessa milenar prática consumista feminina.
E digo mais, depois de diversas análises científicas acerca do assunto cheguei a uma conclusão.
Futebol.
Algo que não me cansa.
As bolsas estão para elas assim como a prática do pebolismo está para nós.
Duas idas por semana ao Monumental de Canabrava, uma bolsa por mês, noves fora nada.
Deixa elas comprarem.
Até faça uma graça de vez em quando, as alegrando com uma bolsa de presente.
Mas na hora da resenha não tem conversa.
Deixe eu ouvir meu rádio alto.
Pega aquela bolsa grande e coloca a cabeça lá dentro.
Melhor, leva ela pros 15 anos, ao invés da pequenina, pois vai caber muito mais docinho.
"Ah, mas não combina com o vestido!"
É difícil.
Acho que na verdade não entendi nada.
Só dá pra chegar a uma conclusão.
Bolsa é igualzinho a mulher, incompreensível.

Até!






Mais dois se vão.
Dois dos bons.
Daqueles que fazem falta.
De verdade.
Daqueles que vão e você não quer esquecer.
Daqueles que vão e você não vai esquecer.
Porque eles riem alto.
Porque eles riem fácil.
Porque eles lavam prato e fazem festa no fogão.
Tá faltando cantoria no chuveiro.
Tá faltando mitocôndria no feijão.
Tá faltando conversa fiada, terno preto e cramunhão.
Tá faltando muito.
Muito que é muito.
Muito que não se diz, que se sente.
Fica aqui o até.
Que não cura mais consola.
Até breve cambada de dois.
Amo vocês.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

S.U.A.T.E e Agregados Futebol Clube
















Hoje, abrirei meu coração Rubro-Negro e compartilharei com vocês um dramático episódio da história do esporte preferido do brasileiro, o tal de futebol.
Uma lembrança que me entristece todas as benditas vezes que erroneamente me recordo daquele 12 de agosto de 2002.
Sem cerimônia, vamos aos fatos.
Espero que após tornar pública esta façanha a dor que punge em meu peito se vá de uma vez por todas.
O S.U.A.T.E e Agregados Futebol Clube, entidade da qual fazia parte, em sua segunda temporada, disputava o jogo que decidiria sua classificação para os playoffs do "Unebão" daquele ano.
Um empate deixaria a decisão para o terceiro e último jogo da primeira fase, o que significava vencer o "Cálculo II", time de engenharia civil.
Como todo mundo sabe, estudante de Civil só vai pra faculdade jogar bola e dominó, ou seja, os caras eram favoritíssimos.
Uma derrota nos mandaria pra casa mais cedo.
Sendo assim, só nos restava a vitória.
O jogo fatídico seria contra o "Colomy F.C.", time de Geologia.
Um adversário razoável, que com um mínimo de concentração, bateríamos facilmente.
Como de constume, nos reunimos 2 horas antes da partida no Bar do Zeco para mais uma preleção.
Diga-se de passagem, o caldo de lambreta de Zeco bate em qualquer um da nostálgica orla soteropolitana.
Lagartixa chegou trazendo Preá e Bambi.
Eu os esperava moderadamente bebendo uma água com gás.
Em seguida, Libellula, Esponja e Gazela apareceram.
Já tínhamos um time completo.
Pelo menos não seríamos eliminados do torneio como no ano anterior, perdendo por W.O, devido à insuficiência de atletas para iniciar a partida.
Pra completar a alegria da nação Suatence, Javali e Bicho da Seda, nosso comandante, chegaram.
Discutíamos a formação tática da equipe e quem iniciaría em quadra quando o "Judas", chegou.
Gambá era o torcedor número 1 da S.U.A.T.E.
Apesar de sempre mal vestido e com uma barba que deixaria Bin Laden com inveja, Gambá levava alegria e esperança aos corações do elenco Suatence.
Além do mais, o fator etílico da comemoração era prazerosamente doado, após todas as partidas, por Gambá a nós atletas.
Eis que neste dia, Gambá, no arriar das malas, sentou cuidadosamente uma garrafa de Natasha na mesa onde a preleção acontecia.
"Um golinho pra entrar em campo relaxado", foram suas palavras.
Todos se entreolharam e Javali foi o primeiro a pegar um dos copos pláticos também trazidos por Gambá.
Assim sendo, um a um começamos a degustar a maldita e ardente Natasha.
Minutos depois, Bicho da Seda já enrolava um cigarrinho de palha e passava de mão em mão para aqueles que o apreciavam.
Foi por volta das tantas doses que Lagartixa notou que a garrafa estava por acabar.
Coincidentemente, era hora de ir pro jogo.
Todos sorriam e tropeçavam.
Preá mal conseguia amarrar as chuteiras.
Libellula vestiu a camisa pelo avesso e precisou ser advertido por Juca Ferreiro, árbitro da partida, para que vestisse propriamente seu uniforme.
Eu tentava, sem sucesso, fazer com qua a trave adversária parasse de se mover.
Finalmente a partida começaria.
No gol: Lagartixa
Na defesa: Javali
Nas alas: Surubim e Preá.
No ataque: Libellula.
No ponta pé inicial sofremos o gol mais rápido da história do futebol.
Clóvis, 1,55 de altura, atacante do Colomy chutou e Lagartixa, aceitou.
O fato é que lagartixa caiu tentando se desvencilhar da rede como uma mosca de uma teia de aranhas.
Cena patética. Nosso goleiro havia se enrolado nas redes da própria trave e assim tomamos o primeiro gol da tarde.
Seria melhor se o jogo terminasse por ali.
Simplemente não tínhamos nenhuma condição de jogar futebol.
Javali só chutava o que via pela frente.
Parecia baleado, tentava acertar os adversários com a bola e ria.
Libellula começou a ser chamado pela torcida de Maradona, devido à sua saliente barriguinha e cabelos encaracolados.
Preá se esforçava para manter-se em campo.
Saiu com bola e tudo umas 900 vezes.
Não adiantava dizermos pra ele que depois da linha qua figurava na lateral da quadra o jogo não valia.
Bicho da Seda, no banco, bebia junto com Gambá a segunda garrafa de Natasha.
Gritava palavras em algum idioma pré-colombiano qua ninguém conseguia compreender.
O intervalo chegou a já perdíamos por 3 a 0.
Gambá me perguntou se eu queria que ele invadisse o campo e quebrasse os caras na porrada.
Eu desesperadamente, continuava a tentar manter a trave adversária imóvel.
No segundo tempo Javali deu lugar a Bambi.
Em sua primeira participação Bambi não vacilou.
Chutou e marcou.
Melhor seria se ele tivesse chutado para o gol do inimigo.
O infeliz ainda correu para comemorar, até perceber que Preá o perseguia com cara de poucos amigos e a garrafa vazia de Natasha na mão.
A essa altura, tínhamos apenas uma esperança: Esponja.
Olhei para o banco em busca do atleta para introduzí-lo no jogo e não o encontrei.
Minutos depois vejo Esponja descendo as arquibancadas cambaleante com a terceira garrafa de Natasha na mão.
Estávamos definitivamente perdidos.
Pra completar, na formação de uma barreira com Preá, caí no chão e ralei o joelho.
Agora me rastejava em quadra.
Javali voltou ao jogo e acertou uma bolada em alguém.
No juíz.
Juca Ferreiro viu estrelas e quando voltou a si simplesmente expulsou de campo nosso atleta.
Libellula agora conversava com o goleiro adversário enquanto rolava a partida.
Descobriram que tinham sido colegas de escola no jardim de infância.
Preá continuava ininterruptamente saindo com bola e tudo pela lateral.
Eu mancava e Lagartixa, no gol, só sofria.
Faltando 5 minutos para o fim do jogo Gambá entrou em campo e deu uma gravata no juíz por marcar uma falta de Libellula.
Ele tinha apenas socado o goleiro fora do lance pois em sua conversa descobriu que Diógenes, o arqueiro inimigo, já havia traçado sua irmã.
Foi o suficiente.
O jogo, para nossa sorte, se é que posso dizer isso, foi encerrado ali.
9 a 0.
Javali foi no carro e trouxe uma garrafa de Red Label que havia comprado antes do jogo para dar de presente de casamento a um amigo.
"Vamo beber pra esquecer", foram as últimas palavras das quais me recordo daquele fatídico 12 de agosto de 2002.
Todo o time foi encontrado na manhã seguinte no mercado do peixe em uma roda de samba.
Eram 6 da manhã e ninguém tinha condições de dirigir nem dinheiro pra ir pra casa.
Abri a carteira, saquei meu talão de vale-transportes e comecei a distribuir.
Essa foi a última aparição do lendário e idolatrado S.U.A.T.E e Agregados Futebol Clube nas quadras.
A fauna que compunha a equipe resolveu investir em outros campos.
Felizmente todo mundo se encontrou e vive bem, apesar da dependência alcoólica permanecer presente em suas vidas.
Surubim, que os fala e relata, faz blog e conta história.
P.S: Havia um Japonês pequeno e esquisito que também acompanhava todas as nossas partidas.
O filho da mãe só ria e gritava.
Reza a lenda que ele era ninja e segurança disfarçado de Gambá.

domingo, 11 de outubro de 2009

Davi

Davi teve um sono sem sonhos ou pesadelos.
Apesar da ansiedade por conta da viagem na manhã seguinte, conseguiu relaxar de forma plena.
Acordou e levantou-se rapidamente.
A barba por fazer o incomodava.
Apenas um copo de chocolate e um pequeno croissant antes de dirigir-se ao aeroporto.
Suas últimas descobertas o deixavam irrequieto.
Além disso, visitar uma cidade até então desconhecida por ele era algo que o excitava bastante.
Filho de pais diplomatas, Davi já havia visitado diversos países ao redor do planeta.
No entanto, sua curiosidade nunca o havia conduzido para o seu atual destino.
Um sentimento diferente ocupava o seu peito.
Algo ainda não percebido anteriormente, em suas muitas incursões mundo afora.
Davi sentia que finalmente havia encontrado a verdadeira resposta para suas pesquisas.
Seus olhos enxergavam com clareza sua constatação.

domingo, 5 de julho de 2009

Ciara

Ciara acordou um tanto quanto atordoada daquele pesadelo.
Suas mãos suavam e uma enorme angústia a tomava por inteiro.
Percebeu que ainda faltavam exatos 42 minutos para que seu despertador tocasse.
Mas não conseguiu voltar a dormir.
As imagens e sensações vivenciadas alguns momentos atrás não a permitiam relaxar por completo.
Era real, pensava consigo mesma.
A quarta vez que se via no mesmo lugar em pouco mais de um mês.
O sonho vinha se repetindo incessantemente.
Ciara era uma mulher feliz e bem humorada.
TInha muitos amigos e uma vida amorosa relativamente bem sucedida.
Simplesmente não conseguia encontrar razões plausíveis para tamanha aflição em seus sonhos.
Levantou-se.
Fazia frio, como usualmente acontece em manhãs de outono.
Arrumou-se para o trabalho.
Uma fatia de pão e uma dimunita xícara de café seriam suficientes naquela manhã esquisita.
Um sorriso para o motorista de ônibus e sua rotina começava a voltar ao normal.
Seu olhar no pequeno espelho através do qual retocava a maquiagem a tranquilizava.
Relutantes raios de sol tentavam transpor as nuvens.
O dia estava por melhorar.

domingo, 17 de maio de 2009

Breu

As lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto ela andava.
Sua face umedecida parecia potencializar o frio naquela noite.
Ventava muito.
A rua calçada de paralelepípedos dificultava ainda mais seu caminhar.
Enquanto seus cabelos teimavam em cobrir os seus olhos.
Ela não ouvia nada.
O ecoar de seus passos se perdia na escuridão.
Algo em seu peito a torturava.
Agruras que tiravam seu sono há dias se manifestavam intensamente naquele momento.
Breu.
Mas sua tormenta seria breve, ela sabia.
Havia alguém no seu caminho.
Ao abrir a porta de casa voltou à realidade.
O trincar das chaves a fez lembrar da escola, em sua infância.
Olhou-se no espelho antes de dormir e não se reconheceu.
Foi então ao encontro de quem na cama a esperava.
A solidão acolheu-a como uma mãe a uma filha.
As melhores horas de seu dia estavam por vir.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

365 Dias
















365 dias.
Um ano.
Aproximadamente o tempo gasto pela Terra para dar um volta completa em torno do sol.
Tempo suficiente pra fazer planos.
Pra viajar.
Pra descobrir coisas novas.
Tempo pra novela começar e terminar.
Tempo pra ler alguns livros.
Pra seu time melhorar e piorar.
Tempo pra gerar e ter um filho.
Pra sentir saudades.
Pra ser magoado e perdoar.
Tempo pra barba engrossar.
Tempo pro salário melhorar.
Pra se arrepender do voto.
Pra trocar a máquina fotográfica quebrada na garantia.
Tempo pra comer de tudo.
Tempo pra amar alguém.
Tempo pra pintar um quadro.
Pra mudar de apartamento.
Pra trocar os jeans velhos.
Pra descobrir que Drummond é sem igual.
Tempo pra criar um blog.
Tempo pra esquecer que fez aniversário.
Tempo pra muitas ressacas.
Pra fazer uma música.
Pra fazer uma surpresa.
Pra deixar a comida queimar.
Tempo pra comprar um relógio novo.
Tempo pra mudar as escolhas.
Pra dizer a verdade a alguém.
Pra andar de carro, barco, ônibus e avião.
Pra assistir muitos filmes.
Tempo pra dar flores.
Tempo pra brigar.
Pra ligar pra alguém distante.
Pra ser tarde, mas não nunca.
Pra tirar e revelar fotos.
Pra escrever textos bobos.
Tempo pra quatro estações.
Tempo pra amadurecer mais e mais.
Tempo pra mudar o corte de cabelo.
Pra ficar fora de forma.
Pra comprar cuecas novas.
Um ano é tempo pra muita coisa.
E às vezes não é tempo pra nada.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Música - Ladeira

É hora de mais música.
Vocês conhecerão agora "Ladeira".

Letra e Música: Thiago Marinho
Voz: Thiago Marinho
Instrumentos Musicais: Weider Régis
Direção Musical e Arranjos: Weider Régis
Gravação: Estúdio Casulo



Ladeira

Descendo a ladeira
Sentimento que anseia
Calar de uma estrela
Novo desabrochar

Casas de areia
Duas rotas traiçoeiras
Apagar de uma centelha
Ela irá chegar

Faca de dois gumes
O pousar de um vagalume
Chega causando ciúmes
Mas não quer se entregar

Índia ou portuguesa
Caminhando pela feira
O Dique do Tororó
Ou a igrejinha

Ela incendeia a vitória
Armadilha arma e beija
Aproveita
Cala com um olhar

Fuga que maltrata
Encarar que deixa marcas
O caminho só agrada
Se puder aventurar

É, navegar
Às vezes é preciso escolher
Um rumo a tomar

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Música - Amor Impossível



Novidade.
Passarei a usar este espaço também para tornar pública a minha vocação musical!
Para quem não sabe enrolo na voz e no violão.
Antes de sair de Salvador gravei um CD.
Prometo, de tempos em tempos, publicar as faixas do mesmo.
Quem tiver paciência e curiosidade, tá aí!

Segue a primeira: Amor Impossível.

Letra e Música: Thiago Marinho
Voz: Thiago Marinho
Instrumentos Musicais: Weider Régis
Direção Musical e Arranjos Weider Régis
Gravação: Estúdio Casulo
Imagens: Thiago Marinho

domingo, 27 de julho de 2008

O Homem das Cuecas Coloridas

O despertador o acordou às 6 horas.
Era o início de mais um dia.
Chegou a pegar a cueca amarela, mas resolveu vestir a laranja.
Sem porque.
Um café preto para livrar-se de qualquer resquício de sono e 10 minutos de caminhada até o ponto de ônibus mais próximo.
O dia passou como todo dia.
Hora após hora.
Como sempre, suas mãos doiam, suas pernas também.
Aquela era uma sexta-feira, e Antônio permitiu-se uma dose.

Ela vestia vermelho.
Andava tão graciosamente que parecia flutuar.
Quando seus olhares se cruzaram tudo estacionou.
Os sorrisos encaixaram-se perfeitamente.
Na manhã seguinte Antônio vestia sua cueca vermelha.
Na seguinte, a verde.
A paixão tornava-se a cada dia mais intensa.

Em algumas semanas, Isabela já havia se mudado para a casa de Antônio.
Agora limpa. Arrumada.
Ele comia melhor.

Saiu para trabalhar como o fazia todos dias.
Mas a vida se mostrava menos amarga.
Vestiu sua cueca azul naquela manhã.
Contava os minutos para estar de volta e encontrar à amada.
A dor se esvaia diante da vontade de retornar à morada.

Ao chegar ao lar, uma infeliz surpresa.
O pacote de cuecas pretas voou pela janela antes de qualquer coisa ser dita.
Uma ofensa.
Isabela não teve a chance de explicar-se.

O amor acabou.
O romance acabou.
A mudança acabou.
Tudo acabou.

A vida seguiu amarga.
E as cuecas, coloridas.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Coisa de Apaixonar

É... Dublin inspira.
Cheguei a essa conclusão mês passado, quando às 4 da manhã de uma quarta-feira, terminei de escrever e gravei minha primeira canção composta aqui.
Aumentem o volume, a gravação está baixa.
Espero que apreciem.



Coisa de Apaixonar

Ela faz do cinza céu, azul num piscar
Sorriso que encanta, de Dun Laoghaire a Alah
Música de amar


Crer na ilusão, sentir a pele, o olhar
Disistir é ir em vão, fugir, se enganar
Coisa de Apaixonar

Meu querer é só poder te ver ao acordar
Te beijar e fazê-la sorrir
Ter a tua luz a clarear meu caminhar
E cantar mil versos para ti

Veio feito vento
Desvendou meu sentimento
Fez paixão brilhar da noite pro dia
Esqueço do tempo
Você faz todo momento
Ser eterno e só ser e dizer

sábado, 12 de julho de 2008

Insônia

1 a.m.
Ele chegou cedo aquela noite.
Queria dormir logo.
Fugir.
Prontamente deitou-se.
Mas as vozes insistiam em adentrar seus ouvidos.
Virou-se.
Cobriu-se.
Descoubriu-se.
4 a.m.
Os raios de sol começaram a invadir o seu quarto.
Suas palpebras, já cansadas, não resistiram.
6 a.m.
Despertou do sonho.
O sabor amargo de mais um dia já estava em sua boca.
Ergueu-se.
Agradeceu.